Reflexos da pandemia da Covid-19 na dinâmica familiar: revisão da literatura brasileira
Anna Luiza Freitas Oliveira[1]
Bruna Ferrares [2]
Mariana Rocha de Mesquita Kopke [3]
Elisete Márcia Corrêa[4]
João Maurício Gimenes Pedroso[5]
Resumo
A pandemia da Covid-19 se alastrou pelo mundo, impactando a sociabilidade, as relações de trabalho, as dinâmicas familiares, justificando a busca de conhecimento dessa nova realidade na dinâmica familiar, em específico no contexto brasileiro. Assim, como trabalho de conclusão de curso, elaborou-se uma pesquisa de revisão sistemática com o objetivo de compreender os reflexos da pandemia da Covid-19 na dinâmica familiar e sua percepção na convivência doméstica. Para isso, buscou-se artigos da literatura brasileira nas bases de dados SciELO, PePSIC e Google Acadêmico. A amostra foi composta por 15 estudos, divididos em duas categorias principais: “Impactos na família” e “Estratégias de enfrentamento”, e estes evidenciaram que houve aspectos negativos, mas sobressaíram aspectos positivos de aproximação familiar, sendo fator protetivo durante a pandemia e o uso de tecnologias se mostrou benéfico quando bem manejado, inclusive em terapia online.
Descritores: Pandemia; COVID-19; Relações familiares; Dinâmica familiar; Revisão Sistemática.
Introdução
No início do ano de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a contaminação expressiva de casos de enfermidades provocadas pelo coronavírus como uma emergência de saúde pública de importância internacional sendo decretada como pandemia em 11 de março de 2020 (IBGE, 2020; Lima et al., 2020).
Visando conter o espalhamento do vírus, as medidas protetivas da Covid-19 implementadas causaram alteração brusca no cotidiano e nas relações interpessoais, e principalmente no ambiente familiar (IBGE, 2020). Somada a isso, as medidas de contenção adotadas no Brasil não foram aceitas consensualmente por todos os setores da sociedade, o que resultou em várias trocas do comando do ministério da saúde, disseminação de fake news, dicotomias e antagonismos, de longa data (Lima, 2020).
Nesse cenário de incertezas, as famílias perderam a capacidade de manter a renda, as crianças deixaram de ir presencialmente às escolas, as desigualdades sociais de classe intensificaram-se, o acesso aos serviços públicos de saúde ficou caótico e a fila do desemprego aumentou (Lima, 2020). Com a suspensão das atividades presenciais, as mudanças na rotina familiar se tornaram necessárias visando adaptar à nova realidade do mundo e do dia a dia em casa, havendo uma integração de ambientes distintos antes separados, como trabalho, lazer e família, que acarretou maior sobrecarga frente à impossibilidade de divisão dos espaços referentes a tais atividades (UNIFESP, 2020). O momento de descanso se fundiu ao momento laboral, o contexto profissional passou a influenciar o cenário familiar e vice-versa, exigindo, assim, a busca por equilíbrio entre as atividades, manejo de conflitos e suporte entre os integrantes familiares.
Pode-se incluir nessa lista as repercussões psicológicas e emocionais, a reação de preocupação, o medo de contaminação frente a uma doença desconhecida e as necessidades de rápidas adaptações rotineiras demandando e desequilibrando de forma notória a saúde mental e psicológica dos indivíduos, gerando ansiedade, irritabilidade e desconforto, afetando, consequentemente, todo o funcionamento do sujeito (UNIFESP, 2020). Adicionalmente aos conflitos familiares desencadeados por padrões intergeracionais, as vivências de situações extremas impactaram toda a família, uma vez que os processos-chave na resiliência familiar, como crenças familiares, padrões de organização e resolução de problemas e comunicação, tornaram-se frágeis (Walsh, 2005).
Por outro lado, o fato de as famílias permanecerem mais tempo em casa pode também ter promovido uma maior coesão familiar (Behar-Zusman; Chavez; Gattamorta, 2020).
Estes dados reforçam a necessidade de conhecer de modo mais aprofundado as alterações que a Covid-19 trouxe à dinâmica intrafamiliar. O contexto da pandemia da Covid-19 é recente, dessa forma, pouco se sabe ainda sobre a temática dinâmica familiar no contexto pandêmico, os impactos intrafamiliares nas etapas do desenvolvimento humano, economia e repercussões a curto, médio e longo prazo, justificando novas pesquisas.
Pela recenticidade de discussão acadêmica do assunto, o presente artigo, elaborado como trabalho de conclusão de curso de Psicologia, visa servir de contribuição científica e social como referencial teórico de consulta, assim como incentivo para outras publicações e análise de seus efeitos, principalmente a médio e longo prazo.
Diante do exposto o objetivo da pesquisa foi compreender os reflexos da pandemia da Covid-19 na dinâmica familiar e sua percepção na convivência doméstica.
Métodos
Optou-se por uma revisão sistemática com abordagem qualitativa. A revisão sistemática constitui-se da descrição e desenvolvimento a partir da análise de determinado assunto publicado, considerada por isso um estudo de caráter específico, contribuindo para educação continuada do conhecimento do leitor, com busca por publicações de forma criteriosa e agrupados por semelhança de assunto para análise e, por fim, visto sua impossibilidade de fornecer resultados quantitativos, é considerada como um trabalho qualitativo (Rother, 2007). Formulou-se a pergunta da pesquisa: quais foram os principais reflexos da pandemia da Covid-19 repercutidos na dinâmica familiar e como foi percebida essa convivência doméstica?
As buscas eletrônicas dos trabalhos indexados nas bases de dados, como Google Acadêmico, SciELO e PEPsic, foram feitas com as palavras-chave combinadas: “pandemia Covid-19” e “dinâmica familiar” ou “pandemia Covid-19” e “família” ou “pandemia Covid-19” e “relações familiares”. Os descritores DeCS foram os mesmos termos utilizados para as palavras-chave.
Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis para leitura na íntegra, disponíveis gratuitamente, idioma português e, tratando-se de um tema recente no que se refere à pandemia da Covid-19, não foi delimitado o período de publicação. Os critérios de exclusão foram: artigos duplicados, estudos que abordaram famílias binacionais e expatriados, enfoque específico sobre a incidência de violência, outras condições de saúde como anemia falciforme, transtorno do espectro autista (TEA), etc., e aqueles que retratavam aspectos profissionais.
No primeiro momento, foi realizada uma seleção inicial de artigos encontrados na pesquisa a partir da leitura de seus títulos e resumos para aplicação dos critérios de inclusão, alocando-os em uma planilha no Excel com informações sobre a base de dados onde foi encontrado o estudo, autor, ano, título.
Na segunda etapa, os estudos separados passaram por um refinamento em seleção através da leitura e análise da discussão e conclusão dos artigos para então serem aplicados os critérios de exclusão.
Na terceira etapa, foram sintetizadas informações encontradas na leitura integral dos materiais selecionados relacionados à proposta da pesquisa que permitiram a compreensão dos reflexos da pandemia da Covid-19 na dinâmica familiar e como a convivência dentro de casa durante a quarentena foi percebida.
Os dados foram analisados conforme a análise de conteúdo descrita no livro “Pesquisa Social: teoria, método e criatividade” organizado por Minayo (2002) que busca investigar, responder às questões de pesquisa e entrar em contato com novos conteúdos subjacentes, a partir da organização categórica dos conteúdos coletados, mapeando os dados, classificando as informações obtidas, interpretando e articulando-as com a questão e os objetivos da pesquisa.
A busca resultou em um total de 95 publicações. Uma melhor análise desses estudos foi realizada, identificando como relevantes apenas aqueles que se enquadravam nos critérios de inclusão e exclusão. Desta forma, restaram para compor a revisão 15 artigos. As etapas desse processo são apresentadas na forma de fluxograma (figura 1).
Resultados
Os 15 estudos incluídos nesta revisão foram organizados no Quadro 1, permitindo a visualização das seguintes informações: autores e ano de publicação, título, objetivo e tipo de estudo. Estas permitiram apreender que 07 foram publicados em 2020. Com relação ao tipo de estudo, observa-se um predomínio (07) de estudos descritivos exploratórios, o que está dentro do esperado, uma vez que esse tipo de pesquisa visa explorar fenômenos ainda pouco compreendidos e/ou explorados.
Autor (ano)
| Título do estudo | Objetivo do estudo | Tipo de estudo |
CORRER et al. (2020) | Ferramentas da Engenharia de Produção no ambiente familiar: aplicação durante a pandemia da COVID-19.
| Analisar, por meio de um estudo de caso, as diversas dificuldades enfrentadas pelas famílias durante a quarentena utilizando-se de algumas das principais ferramentas da Engenharia de Produção.
| Estudo de caso |
FALCÃO, NUNES e BUCHER-MALUSCHKE. (2020) | COVID-19:Repercussões nas Relações Conjugais, Familiares e Sociais de Casais Idosos em Distanciamento Social.
| Investigar casais idosos em distanciamento social devido à Pandemia da COVID-19 e suas repercussões nas relações conjugais, familiares e sociais.
| Estudo descritivo e exploratório feito por meio de entrevistas |
LEMOS; BARBOSA e MONZATO (2020) | Mulheres em home office durante a pandemia COVID-19 e as configurações do conflito trabalho-família.
| Compreender os impactos que a adoção do home office, no período da quarentena da Covid-19, teve no conflito trabalho-família vivida por trabalhadoras brasileiras.
| Investigação de natureza qualitativa, por meio de entrevistas realizadas via plataforma de comunicação digital. |
KERBAUY; BARTILOTTI e SNEIDERMAN (2020) | Reflexões sobre o impacto da pandemia de covid-19 nas relações conjugais e familiares: contribuições da psicoterapia psicanalítica.
| Abordar e refletir sobre quais foram os impactos da pandemia e seus fenômenos associados nas relações conjugais e familiares, a partir da realização de um levantamento de dados e dos aportes teóricos da psicanálise de casal e família. | Levantamento de dados com casais e famílias da região metropolitana de São Paulo, Brasil, via aplicação de questionário. |
SALVADOR et al. (2020) | Impactos do distanciamento social na relação pais-filhos e reflexões sobre possíveis intervenções.
| Investigar aspectos da relação entre pais e filhos no contexto da pandemia de COVID-19. | Estudo exploratório utilizando-se entrevistas semi-estruturadas |
SCHMIDT et al. (2020) | Terapia On-line com Casais e Famílias: Prática e Formação na Pandemia de Covid-19.
| Sistematizar conhecimentos sobre terapia on-line com casais e famílias, trazendo considerações para a prática e a formação profissional diante da pandemia. | Revisão narrativa de literatura |
SILVA et al. (2020) | As relações familiares diante da COVID-19: recursos, riscos e implicações para a prática da terapia de casal e família.
| Enfocar os recursos e riscos familiares durante a pandemia da COVID-19. | Revisão narrativa da literatura |
BARRETO et al. (2021) | Pandemia COVID-19: repercussões no quotidiano da família de profissionais de saúde atuantes em unidades emergenciais.
| Compreender as repercussões da pandemia da COVID-19 no quotidiano de familiares de profissionais de saúde atuantes em unidades de emergência.
| Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa |
BERTELLI et al. (2021) | Família, mulheres e cuidados: efeitos da pandemia de covid-19 no estado de Santa Catarina.
| Analisar os efeitos da pandemia de Covid-19 na dinâmica de famílias e no cotidiano de mulheres em decorrência do isolamento social,
| Estudo exploratório, quali-quantitativo realizado por meio de questionário. |
MEDINA, RIBEIRO e KYRILLOS. (2021) | A educação ambiental e o contexto infantil e familiar durante a pandemia da COVID-19.
| Verificar a participação das crianças em atividades relacionadas às representações por meio de desenhos, acerca do desenvolvimento de uma planta e registros fotográficos durante o isolamento social, no contexto familiar. Foi um estudo qualitativo.
| Estudo qualitativo baseado na investigação empírica de um fenômeno contemporâneo relacionado à vida cotidiana e caracterizado como um trabalho interpretativo. |
PERSEGUINO et al. (2021) | Relações familiares de idosos em domicílio e institucionalizados em tempos de pandemia.
| Discutir as mudanças identificadas nas relações familiares de famílias com pessoas idosas e os desafios para elaboração de planos de cuidados de enfermagem adequados a idosos institucionalizados frente à necessidade de isolamento social.
| Estudo teórico-reflexivo |
SÁ et al. (2021) | Distanciamento social COVID-19 no Brasil: efeitos sobre a rotina de atividade física de famílias com crianças.
| Identificar como as famílias brasileiras com crianças abaixo de 13 anos enfrentam o período de distanciamento social decorrente da pandemia de COVID-19, principalmente no que diz respeito ao tempo gasto em atividade física (AF), atividade intelectual, brincadeiras, atividades ao ar livre e em tela.
| Estudo, com desenho transversal descritivo |
SOMMERHALDE, ZANOTTO e PENTINI (2021) | A reorganização do convívio familiar com crianças em pandemia pela covid-19 no Brasil.
| Discutir o convívio doméstico cotidiano de famílias com crianças em idade escolar diante da pandemia pelo COVID-19.
| Estudo exploratório com abordagem quantitativa e qualitativa, de métodomisto. |
TEIXEIRA; BATISTA; FARIAS (2021) | A pandemia por Covid-19 e seus reflexos na família.
| Não descrito | Revisão de literatura |
SANTOS et al. (2022) | Quais os significados sobre família em situação de pandemia para os adolescentes? | Identificar e compreender os significados da família em situação de pandemia da COVID-19 para jovens do nordeste brasileiro.
| Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. |
Quadro 1: Características dos estudos utilizados nesta revisão. Fonte: elaborado pelas autoras (2022).
Em relação a metodologia dos estudos, observou-se que, em sua maioria, apresentavam suas próprias limitações, tais como: pequenas amostras não generalizadas e informações escassas sobre aspectos socioeconômicos e de caracterização das famílias. Como as pesquisas feitas com levantamento de dados se deram de forma remota, considera-se que os respondentes pertencem a amostra populacional com acesso à internet e aparelhos tecnológicos, dificultando a participação na pesquisa daqueles que pertencem ao grupo socioeconômico mais vulneráveis às medidas adotadas para conter o espalhamento do vírus (isolamento social, lockdown).
Um dos estudos selecionados foi realizado especificamente na região nordeste e outro em Santa Catarina, mas o restante, a maioria dos dados geográficos, quando apresentados, concentraram-se na região sudeste do país. Percebeu-se maior concentração de participação de mulheres nos dados dos estudos, não levando em conta os voltados propriamente ao recorte do público feminino durante a pesquisa.
Discussão
Os dados incluídos na revisão permitiram a definição de 2 categorias temáticas principais: Impactos na Família, subdividida em Trabalho, família e sobrecarga e Crianças e idosos; e Estratégias de Enfrentamento, separada em três tópicos referentes à Terapia online e intervenções profissionais, Tecnologias e Outras estratégias. Tais categorias e suas subcategorias são discutidas a seguir.
1. Impactos na Família
O isolamento social fez com que as famílias passassem mais tempos juntas dentro de casa, uma vez que não puderam continuar com suas atividades externas ao domicílio, o que levou à necessidade de reorganização do cotidiano familiar.
A seguir, será exposto os achados sobre os impactos na família durante esse período.
1.1.Trabalho, família e sobrecarga
As atividades laborais e domésticas se misturaram no ambiente familiar por conta do isolamento social, que refletiram nas vivências. Estudos (Salvador et al., 2020; Barreto et al., 2021) apontaram que o maior momento de tensão se deu durante o período inicial da pandemia, amenizando-se e sendo mais bem manejado ao longo do passar do tempo.
Fatores estressores comuns foram citados por vários autores (Salvador et al., 2020; Silva et al., 2020; Bertelli; Moser; Gelinski, 2021; Lemos; Barbosa; Monzato, 2021; Teixeira; Batista; Farias, 2021; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021) e, dentre eles, encontram-se: instabilidade vivida durante o período de pandemia; aspectos financeiros, visto que parcela da população precisou lidar com redução da renda familiar ou desemprego; atividades remotas; aumento da carga horária de trabalho e atividades domésticas, exercidas principalmente por mulheres; casos de violência; comprometimento da rede de cuidados externos e falta de apoio dos integrantes familiares.
Além disso, o surgimento de conflitos relacionais nas interações familiares podem ter ocorrido devido a novos conflitos ou intensificação de conflitos pré-existentes frente ao momento vivido (Kerbauy; Bartilotti; Sneiderman, 2020; Silva et al., 2020), sendo fatores contribuintes para sobrecarga familiar, juntamente a outros aspectos como preocupações com a renda familiar, engajamento das crianças nas atividades escolares remotas, necessitando maior participação e orientação dos pais (Salvador et al., 2020), não separação de ambientes para atividades laborais e de lazer, aspectos de sono e hábitos alimentares e apoio familiar, principalmente no tocante a tarefas domésticas e conciliação entre serviços laborais e domésticos (Bertelli; Moser; Gelinski, 2021; Lemos; Barbosa; Monzato, 2021; Teixeira; Batista; Farias, 2021).
A possibilidade de trabalho home-office contribuiu tanto para fatores negativos quanto positivos. Essa modalidade laboral exigiu mais dos trabalhadores com o aumento da carga horária de trabalho e a integração de ambientes distintos no mesmo espaço, sobrecarregando os sujeitos, em especial mulheres, mas ao mesmo tempo permitiu maior proximidade, participação e cuidado entre os integrantes da família, que passaram a ter mais flexibilidade e oportunidades de interagirem e terem momentos juntos, por exemplo, durante as refeições, engajando em fortalecimento de vínculos, partilha e diálogo, de tal forma que, apesar dos aspectos negativos serem maiores em quantidade, a qualidade dos aspectos positivos se sobressaíram (Bertelli; Moser; Gelinski, 2021; Lemos; Barbosa; Monzato, 2021; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021; Santos et al., 2022).
Um importante fator contribuinte para a vivência positiva frente à conciliação e equilíbrio entre família, trabalho e casa, deu-se a partir do auxílio e apoio familiar nas tarefas domésticas, (re)organização de rotinas e divisão de tarefas, comunicação e estabelecimento de acordos colaborativos e flexíveis, assim como os valores familiares e cuidados em saúde (Silva et al., 2020; Bertelli; Moser; Gelinski, 2021; Lemos; Barbosa; Monzato, 2021; Teixeira; Batista; Farias, 2021; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021).
No tocante a familiares de profissionais de saúde atuantes na linha de frente contra a Covid-19, os impactos sentidos por eles foram ainda mais alarmantes, visto a natureza desse trabalho e risco mais iminente de contágio. Surgiram mais relatos de efeitos negativos, principalmente como o medo tanto de ser contaminado como de contaminar algum familiar, conflitos, mudanças imprevisíveis no cotidiano e vivência de preconceito/estigma social na comunidade devido ao trabalho em unidades de emergência em contato direto com o vírus, o que refletiu no distanciamento de família extensa e grupos sociais, acarretando sentimentos de tristeza e frustração (retomando então questões sobre medo e conflitos). Entretanto, os efeitos positivos, como admiração dos familiares pelo profissional, proximidade entre os membros da família e aumento da religiosidade/espiritualidade, foram fatores relevantes e de suma importância para enfrentamento das dificuldades por parte da família (Barreto et al., 2021).
Teixeira, Batista e Farias (2021) encontraram pontos de atenção na conjugalidade a partir do risco de aumento da violência doméstica com a implementação da medida de restrição social. Em contrapartida, aspectos que refletiram positivamente na relação conjugal se deram por: apoio do cônjuge nas tarefas domésticas e de cuidados com a família; auxílio na divisão de tarefas e reorganização da rotina; comunicação; tolerância; compromisso; respeito; criatividade; demonstrações de afeto; flexibilidade; crenças de competência familiar (Falcão; Nunes; Bucher-Maluschke, 2020; Kerbauy; Bartilotti; Sneiderman, 2020; Silva et al., 2020). Esses foram alguns elementos principais encontrados para manutenção do bem-estar da relação entre o casal e enfrentamento saudável/adaptado do período pandêmico e isolamento social.
1.2.Crianças e idosos
Tendo em vista as fases do desenvolvimento, crianças e adolescentes ainda se encontram em processo de crescimento complexo e abrangente, e, por conta da pandemia da Covid-19 e seus impactos, necessitaram enfrentar e adaptar-se a um contexto inédito e inesperável.
Na pandemia, apesar de surgir elementos de conflito familiar, distanciamento afetivo, diminuição da renda, sobrecarga e uso excessivo das tecnologias como elementos disruptivos nas interações familiares, os dados (Salvador et al., 2020; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021; Santos et al., 2022), reforçam que ampliação da convivência familiar frente ao isolamento social aumentou aspectos positivos nas interações e promoveu proximidade entre os membros da família, em particular com crianças até 10 anos e adolescentes entre 12 e 17 anos. Essa aproximação se deu pelo desenvolvimento de atividades e brincadeiras em conjunto entre pais/responsáveis e filhos, estabelecimento de rotinas e combinados, flexibilidade, participação dos pais na vida escolar dos filhos, convivência e tempo passado com eles e uso de tecnologias em atividades em conjunto, sendo esses alguns elementos que auxiliam no fortalecimento afetivo das relações, comunicação, alimentação, entre outros (Salvador et al., 2020; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021; Santos et al., 2022).
Em relação aos idosos, a visão social sobre a velhice se coloca de forma estereotipada e preconceituosa, na maioria das vezes atrelada à incapacidade cognitiva e funcional. Durante a pandemia, esse grupo foi considerado como vulnerável e, portanto, pertencente ao grupo de pessoas com maior risco à doença, obrigando-os a permanecer em isolamento social. Isso impactou suas relações familiares, contatos sociais e atividades praticadas (Teixeira; Batista; Farias, 2021).
Falcão, Nunes e Bucher-Maluschke (2020) e Perseguino et al. (2021) pesquisaram, respectivamente, sobre as repercussões interpessoais entre idosos não institucionalizados e suas famílias e idosos institucionalizados e familiares durante o isolamento social na pandemia da Covid-19. Apesar de as pesquisas terem enfoques diferentes, ambas trouxeram como resultados que os idosos descreveram sentimentos de angústia e sofrimento desencadeados pelo distanciamento físico e diminuição de visitas dos familiares, principalmente por serem considerados grupos de risco. Outra implicação trazida foi a limitação de atividades de lazer praticadas pelos idosos.
2. Estratégias de Enfrentamento
Não somente saber dos impactos percebidos decorrentes do período pandêmico, mas igualmente importante se dá a busca por soluções e estratégias engajadas pelas famílias para vivenciarem tal momento globalmente inédito.
Frente à utilização de recursos tecnológicos nas estratégias, considera-se também a possibilidade de tal alternativa no tocante à população geral, visto que nem toda a população brasileira possui acesso à internet e aparatos tecnológicos para permitir tal generalização.
Embora a desigualdade de acesso à internet pelos brasileiros não tenha sido abordada pelos artigos selecionados na presente revisão, mostrando, assim, dados que deixam a desejar nas pesquisas encontradas. Em outra perspectiva, há justificativas devido a coleta de dados ocorrerem fundamentalmente de forma remota e sem contato físico pessoal, dessa forma, limitando os públicos das amostras.
A seguir, será discorrido sobre os principais achados na literatura.
2.1.Terapia online e intervenções profissionais
O contexto pandêmico, visto a necessidade de isolamento social, acelerou a imposição da demanda por atendimentos online, modalidade já existente anteriormente, porém pouco adepta.
Os benefícios terapêuticos encontrados na terapia online não perdem para os da prática presencial, mostrando-se, então, alternativa possível sem comprometimentos no vínculo e aliança terapêutica, além de possibilitar flexibilidade e maior abrangência na procura dos serviços e profissionais (Salvador et al., 2020; Schmidt et al., 2020; Silva et al., 2020).
No entanto, quando se adotar tal modalidade de atendimento, deve-se considerar a existência de em pontos de atenção e desafios, principalmente voltados para terapias de casal e familiar, no tocante a questões ligadas ao sigilo, confidencialidade, manejo do setting que deve ser adaptado no contato virtual, aparelhos e conexões tecnológicas e interrupções, também atentando-se a contraindicações quando há quadros de violência e risco de suicídio (Schmidt et al., 2020; Silva et al., 2020). Acrescenta-se que nenhum dos estudos selecionados trouxeram dados avaliativos dos usuários que fizeram uso desse serviço, salientando que o foco dos artigos se voltou à prática e formação profissional. Outro ponto se dá pela recenticidade das publicações em questão, visto que foram publicados em 2020, considerando que a pandemia se instalou em março do mesmo ano. Dessa forma, as pesquisas da amostra não possibilitaram o contato com informações do público atendido e suas vivências do processo terapêutico online, apenas sobre as possibilidades no âmbito profissional.
Além de terapia online, existem possibilidades de oferta de materiais psicoeducativos que servem de apoio para as relações pais/responsáveis e filhos e intervenções de orientação parental com o auxílio de equipamentos tecnológicos, embora tal atendimento ainda requeira pesquisas aprofundadas para adaptação das estratégias do presencial ao remoto voltada ao público brasileiro de forma eficaz, funcional e adequada (Salvador et al., 2020).
2.2.Tecnologias
As tecnologias vêm tomando cada vez mais espaço na sociedade e, com a pandemia da Covid-19, tornou-se ainda mais recorrente e presente nas vidas da maioria da população brasileira, uma vez que o distanciamento social levou ao fechamento de escolas e impossibilidade de frequentar espaços públicos livremente, as aulas passaram a funcionar remotamente, assim como as atividades laborais e o contato com a família e pares residentes em diferentes ambientes domésticos.
Por outro lado, o uso em excesso e, muitas vezes, sem supervisão dos pais, pode se tornar fator contribuinte para o distanciamento familiar e acarretar conflitos e brigas no ambiente doméstico (Kerbauy; Bartilotti; Sneiderman, 2020; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021; Santos et al., 2022). No entanto, quando bem manejadas, as tecnologias podem se tornar grandes contribuintes nas relações estabelecidas, tanto com os fisicamente próximos quanto, principalmente, com os distantes.
A utilização das tecnologias durante a pandemia possibilitou o desenvolvimento de atividades de aprendizado e a manutenção do contato com os mais distantes, promovendo socialização familiar, inclusive abrangendo diferentes faixas etárias, com o uso de chamadas de vídeo, telefonemas, entre outras (Falcão; Nunes; Bucher-Maluschke, 2020; Sá et al., 2020; Barreto et al., 2021; Medina; Ribeiro; Kyrillos, 2021; Perseguino et al., 2021; Teixeira; Batista; Farias, 2021; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021; Santos et al., 2022).
Em relação aos idosos, é importante considerar que esse grupo foi impelido a desenvolver habilidades específicas para utilizar chamadas de vídeos, uma vez que esta passou a ser o recurso principal de contato com o outro durante o isolamento. Isso resultou na necessidade de a família desenvolver a capacidade de dar ao idoso o tempo necessário para que o aprendizado do uso desse dispositivo se consolidasse, visto que foi de suma importância a manutenção do contato social para os idosos (Falcão; Nunes; Bucher-Maluschke, 2020; Perseguino et al., 2021).
No que se refere às crianças, é indispensável o uso das tecnologias associadas a outras atividades, de preferência, que promovam aprendizagem e desenvolvimento, como exposto por Medina, Ribeiro e Kyrillos (2021) atrelando o uso de aparelhos tecnológicos com o registro do cultivo de plantas, relatado no tópico seguinte.
Além disso, o uso de aparatos tecnológicos também está diretamente ligado às modalidades de terapia e atendimento online, como descrito anteriormente, sendo de fundamental contribuição nas estratégias de enfrentamento e adaptação frente a Covid-19 (Barreto et al., 2021; Salvador et al., 2020; Schmidt et al., 2020; Silva et al., 2020).
2.3.Outras estratégias
Um aspecto comum visto como dificuldade frente ao isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, apesar de não exclusivo a ela, foi a adaptação da rotina e organização doméstica, sendo estes aspectos que podem tanto facilitar quanto dificultar a convivência familiar.
Posto isso, os autores Correr et al. (2020) propuseram a utilização, em conjunto ou separadamente, de diferentes estratégias da Engenharia de Produção para melhorar e auxiliar o convívio e organização do ambiente familiar, sendo elas: 5S (técnica japonesa que traduzida significa: separar, situar, suprimir, sinalizar, seguir); FIFO (first in first out - PEPS em português de primeiro a entrar, primeiro a sair); estoque mínimo e máximo; kanban (sistema de controle); brainstorming (“tempestade de ideias”) e cronograma. Tais técnicas, quando aplicadas no ambiente de casa, mostram-se eficazes para melhor organização de rotina com divisão de tarefas, cronograma com horários e funções de cada um, organização e evitar conflitos, além de beneficiar economicamente, em particular devido ao controle de estoque de alimentos e programação de idas ao mercado (Correr et al., 2020).
Outro ponto encontrado nos estudos da amostra diz respeito à prática de exercícios físicos, especialmente para crianças. Ao longo do desenvolvimento, espera-se haver um declínio no engajamento do indivíduo em atividades físicas conforme envelhece, engajando cada vez mais em atividades cognitivas, como jogos de tabuleiro, leituras e estudos; no entanto, durante a pandemia, observou-se que ocorreu a diminuição de atividades físicas nas primeiras fases de vida, quando comparado ao esperado no ciclo de desenvolvimento, isso ocorreu devido a imposição do isolamento social e aumento do uso de telas (Sá et al., 2020).
Levando em conta que nem todas as famílias possuíam recursos e espaços físicos domiciliares necessários para o desenvolvimento de atividades físicas, considerar alternativas de atividades que incentivem a criatividade, inovação e vinculação tornou-se opções viáveis frente ao momento de isolamento vivido durante o período pandêmico (Sá et al., 2020; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021).
À vista disso, Medina, Ribeiro e Kyrillos (2021), objetivando averiguar a participação das crianças em atividades voltadas à educação ambiental durante a pandemia, acompanharam o desenvolvimento de atividades de cultivo e registro do desenvolvimento de muda de alface com as crianças, o que se mostrou benéfico e favorável no engajamento do plantio, vinculação entre criança, família e escola, autonomia da criança no cuidado com a planta, além de contribuir nos hábitos alimentares mais saudáveis e no uso das tecnologias para o registro do desenvolvimento da planta, ou seja, a utilização da tecnologia associadas a fatores potencialmente benéficos no seu uso e manter contato entre família e escola, como visto anteriormente.
O uso das tecnologias pode ser benéfico e efetivo se usadas com moderação, associados a atividades de aprendizado e produtividade, assim como possibilidade de aproximação e convívio familiar quando bem utilizadas e aproveitadas, não sendo apenas uma ferramenta que aproxima os distantes e distancia os mais próximos, apesar de ser fato também relatado nas pesquisas (Sá et al., 2020; Medina; Ribeiro; Kyrillos, 2021; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021; Santos et al., 2022).
Manejos ambientais, reorganização de rotinas, habilidades de resolução de problemas, adaptabilidade, flexibilidade, apoio, espiritualidade/religião, comunicação, divisão de tarefas e desenvolvimento de diferentes atividades se mostraram benéficas na superação de conflitos e dificuldades assim como fortalecimento de vínculos e união familiar durante a pandemia e isolamento social, mas não somente nesse contexto (Correr et al., 2020; Falcão; Nunes; Bucher-Maluschke, 2020; Sá et al., 2020; Salvador et al., 2020; Medina; Ribeiro; Kyrillos, 2021; Zanotto; Sommerhalder; Pentini, 2021). Tais alternativas podem ser pensadas para além de período de restrição social, objetivando interações, participação e convívio positivo entre os membros da família.
Conclusão
A pandemia gerou efeitos de violência doméstica, conflitos e uso excessivo de telas nas interações e relacionamentos estabelecidos, abrangendo as diversas faixas etárias. Além disso, o medo constante e preocupação intensa de ser contaminado pelo coronavírus, contaminar a outros, morte e riscos iminentes à uma situação inédita vivida foi presente na vida de todos os cidadãos.
No entanto, as evidências de aspectos positivos nas relações e interações familiares durante o contexto pandêmico se sobressaíram consideravelmente em comparação aos aspectos negativos. Os vínculos familiares fortalecidos com aproximação entre os integrantes da família, tempo junto em atividades, comunicação e interação positiva, etc., demonstra sua importância como fator protetivo para o enfrentamento e resolução de conflitos emergidos nesse período de pandemia, assim como utilização de estratégias criativas para auxiliar favoravelmente o convívio, interação, manejo ambiental e resiliência familiar.
A restrição social compeliu no aumento da convivência doméstica exigindo adaptações súbitas nos mais variados aspectos de vida do sujeito permitindo ressignificações sobre o contato com a família e os pares. O apoio familiar, readaptação de rotinas e tarefas, estabelecimento de acordos, flexibilidade, comunicação/diálogo e busca por atividades alternativas de lazer permitiram ressignificações das relações e contato com a família e os pares auxiliando no destaque de fatores positivos, refletidos principalmente na proximidade familiar durante esse período.
Desse modo, a pandemia da Covid-19 refletiu variados aspectos na convivência familiar como conflitos entre trabalho e cuidados com a casa, sobrecarga e necessidade de reorganização de ambientes e rotinas, mas também permitiu maior envolvimento e interação entre os integrantes da família, sendo tal fator percebido de maneira mais evidente e destacando-se, tanto entre elementos negativos como positivos.
Outro aspecto notado durante a pesquisa, diz respeito à implementação de possibilidades terapêuticas remotas que, apesar de não serem tão comuns, já existiam anteriormente. A pandemia e a urgência do uso das tecnologias de forma benéfica para a manutenção do contato humano proporcionaram um salto no uso de aparatos tecnológicos para se pensar em atendimentos online, que apresentam vantagens tanto quanto a modalidade presencial. No entanto, faz-se necessário pesquisas nessa temática voltadas ao público atendido e suas vivências terapêuticas em modalidade remota, posto que as informações obtidas no presente artigo se deram no viés de formação e prática profissional.
O presente estudo apresentou limitações, sendo a principal delas o fato de os artigos da amostra não descreverem o perfil socioeconômico das famílias, pois é esperado que o impacto seja desigual para públicos mais vulneráveis.
Outros aspectos limitantes se deram referente ao recorte específico de elementos envolvidos na convivência e dinâmica familiar, visto que não teve foco a investigação de aspectos voltados à violência doméstica durante a pandemia e outros dados que seriam relevantes na compreensão por completo de tal fenômeno, e no que se refere ao tempo de levantamento de dados, uma vez que se trata da realização de um artigo com finalidade de trabalho de conclusão de curso.
Além dos elementos citados acima, informações importantes a serem consideradas e visualizados seus impactos são sobre famílias que sofreram a perda de um ente querido e vivenciaram o processo de luto durante a pandemia, buscando compreender como se deu às relações familiares frente a isso, visto que não se encontrou conteúdos referente a tal particularidade durante a busca da pesquisa.
Posto isso, é importante considerar a busca de futuros estudos com maior abrangência literária e de coleta de dados para melhor compreender os impactos da pandemia na dinâmica e convívio familiar, considerando também suas dimensões a médio e longo prazo, uma vez que ainda se coloca como evento recente.
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[1] Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Central Paulista - UNICEP São Carlos - SP. https://orcid.org/0009-0007-4345-0545. E-mail: annaloliveiracontato@gmail.com
[2] Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Central Paulista - UNICEP São Carlos - SP. E-mail: bruna_ferrares@hotmail.com
[3] Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Central Paulista - UNICEP São Carlos - SP. E-mail: mrmkopke@gmail.com
[4] Docente orientadora da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). https://orcid.org/0000-0002-8121-3889. E-mail: elisetem@uol.com.br
[5] Docente orientador da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). https://orcid.org/0000-0002-6152-9667. E-mail: psicojoao91@gmail.com